"Já não há espaço para happy ends.
Só para happy beginnings."
(Antônio Prata - retirado de um blog de uma outra Tati)
Acho tão lindo essas pessoas que têm o dom de escrever coisas bonitas...coisas que fazem sentido, coisas que todos pensam, mas que poucos colocam em palavraS.
As palavras estão aí para serem ditas e, no entanto, poucas pessoas as expressam exatamente da forma como sentem os sentimentos.
Foi o tempo em que eu conseguia isso!
Como era bom!
Eu pouco me preocupava com a gramática ou com a ortografia.
O que iteressava era a compreensão do texto...compreensaão dos sentimentos sentidos e postos pra fora...
Eu simplesmente sentava-me na janela do meu quarto, bem a tardinha, quando o sol se punha e me deixava escrever incessantemente até parar de pensar. Escrevia sobre os pássaros, sobre o céu, sobre música, sobre pessoas, sobre as raivas, sobre os amores e até sobre as notícias que me chocavam.
Mas como eu escrevia...não adiantava cansar a mão...não adiantava tocar uma música totalmente linda que eu quisesse cantar...eu não conseguia...era uma força maior que me dominava enquanto eu escrevia e pensava e colocava em palavras e tudo aquilo me deixava inerte da realidade e da vida que acontecia ali fora...
Minha mãe chegava do trabalho nesse horário, do pôr do sol. Ela sempre falava comigo e eu nunca escutava. Não era por causa da música alta...eram mesmo meus pensamentos altos...que saíam e saíam e me anuviavam (essa palavra existe??).
A coisa mais louca!!
E aí, fui me habituando a escrever no computador...passei a dominar a digitação e comecei a acompanhar a velocidade do pensamento. Porque era horrível escrever mão e pensar alguma coisa muito legal, mas me esquecer do que pensei. Enquanto que quando eu ia digitando, saía tudo ao mesmo tempo: idéias fresquinhas e palavras fresquinhas!
Mas eu nunca lia depois nada do que havia escrito.
E eu salvava os arquivos em documentos com senhas e tudo o mais...
Senhas que eu nem mesmo me lembrava!!
Esse computador antigo partiu lá de casa levando minha idéias, meus pensamentos, minhas crônicas, meus contos e até um ensaio de novela. Coisas de adolescente mesmo, uma escrita bem primária, tenho certeza apesar de nunca ter relido nada. Porém, minha maior intenção era guardar aquilo tudo para incluir em uma futura autobiografia, quando eu me tornasse uma pessoa tão famosa e importante na vida de outras pessoas que elas se interessassem pela minha vida e minhas reflexões íntimas. Acontece que depois a vida foi mudando. Fui ficando mais agitada e não compartilhava mais com folhas e lápis e teclados e monitores minhas idéias. Muitas coisas a fazer, um namorado pra namorar, muitas festas a ir...e aqueles velhos e DELICIOSOS hábitos foram indo embora. E o velho computador que guardava meus segredos...também se foi.
E parece que assim eu travei!
Não sai mais história! Apenas textos acadêmicos...textos-resumos, textos-análises.
Tô com saudade daquela liberdade...do meu tempo...de aliviar tudo...era muito bom!
Passeio pelos blogs e vejo que todo mundo faz isso...escreve sem pensar..escrever por sentir.
As pessoas fazem isso online!
"Porque não eu?" (leoni)
Eu tô escrevendo!
Eu nunca escrevi pros outros.
Acho que nenhum dos bons escritores escrevem para os outros.
Eles escrevem para desanuviar a cabeça...tirar maus sentimentos de si...aliaviar-se de tensões e ansiedades. Os escritores escrevem para si...para depois verem o que eles mesmo quiseram tirar de si por alguns momentos.
Todo tipo de registro é legal.
Então aqui, registro.
"Pra finalizar, termino." (Jô Soares)
Essa eu me lembro que sempre colocava no fim de todos os textos.
Beijocas!
2 comentários:
Que bonito feia!!!!! :)
E eu achava que tudo aquilo era maluquice...
Você colocava o som alto e viajava nas letrinhas... hahahahaha...
Puxa vida... cadê esse computador? Vamos publicar um livro.. rs
Foi profundo hoje...
Bjs
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